Nani, o Injustiçado

Conforme tenho partilhado com alguns amigos, à algumas semanas que ando para escrever sobre o Nani. Curiosamente, o jornal “i” antecipou-se e publicou hoje uma entrevista com o jogador onde se fala precisamente do que eu fazia intenções de escrever! No meu entender, o Nani é um caso gritante de subvalorização no futebol português e internacional. É um extremo completo, rápido, forte, desequilibrador e que cruza e finaliza bem com os dois pés. Actualmente não vejo no futebol europeu muitos extremos melhores do que ele. Acho injusto e incompreensível como em Inglaterra ele é sistematicamente apontado como dispensável do Manchester! Sempre que é chamado a jogar (bem menos vezes do que deveria ser) cumpre bem e leva para a frente uma equipa que desde a saída do Ronaldo perdeu consideravelmente capacidade de explosão e improviso. Embora dê sempre mostras de ser uma opção válida, nem a saída do Ronaldo lhe abriu as portas da titularidade (vá lá saber-se porquê). Contudo, mais estranho e injusto que isso é o facto dos jornalistas portugueses, tantas vezes defensores dos jogadores nacionais, raramente falam desta situação. Na Selecção Nacional temos mais do mesmo. Embora o Simão tenha estado bem nos últimos jogos, penso que o Nani já à muito vem justificando uma oportunidade real, em vez de jogar os 15 ou 20 minutos da praxe. Para mim (e atenção que é um benfiquista a dizer isto!), o Nani tem tudo para cumprir melhor as funções de desequilibrador na Selecção do que o Simão. Vê-se claramente que tem ganas de jogar e acho que a ausência do Ronaldo nestes dois jogos decisivos com a Bósnia vão ser muito benéficos para ele e vão permitir-lhe, mais que não seja, dar-me razão! Fergusson e Queirós, abram a pestana!!!

André Vilas Boas

Atenção a este senhor! Para além do estilo pintas a la Mourinho, pelo pouco que vi até agora arrisco-me a dizer que podemos vir a ter aqui um caso sério! A Académica estava a ser, para mim, uma das equipas com pior futebol do campeonato aquando da sua chegada. Poucos dias depois foi fazer o jogo de estreia ao Dragão e a diferença foi da noite para o dia. Conseguiu montar uma equipa matreira, consistente, que sempre procurou sair a jogar e criar problemas ao Porto. Já depois disso, conseguiu um empate em casa do surpreendente Leiria. Continuam em ultimo mas não me parece que lá fiquem por muito mais tempo. André Vilas Boas é sem duvida um treinador com boa escola e acho que, com espaço para trabalhar e um pouco de sorte, vai trazer uma lufada de ar fresco ao campeonato português. Já se fala inclusivamente que poderá ser o sucessor do Paulo Bento, imagine-se! Espero que tenha cabeça fria e não dê esse passo atrás na carreira...
Cá estaremos para ver!

Robert Enke (1977 – 2009)

Lembro-me bem de quando o Benfica contratou, em 1999, um jovem desconhecido guarda-redes alemão para substituir o monstro Michell Preud´Homme. Apesar da pesada herança, e de ter estado no Benfica numa das piores fases da história do clube, Robert Enke desde o primeiro momento conquistou o carinho e o respeito dos benfiquistas em geral. Tinha eu 16 anos nessa altura mas guardo até hoje estima por alguém que, para além das inegáveis qualidades desportivas, sempre deixou transparecer uma imagem de profissionalismo, sobriedade e carácter. Por isso mesmo, desde a sua saída para o Barcelona até aos dias actuais no Hannover, nunca deixei de acompanhar a sua carreira com algum saudosismo. Fica portanto aqui um pequeno tributo a alguém que nos ficará certamente na memória. Que descanse em Paz.