quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fábio Grandão

Lembro-me bem de quando o Benfica, em 2007, contratou ao Rio Ave uma grande promessa chamada Fábio Coentrão. Já na altura, a habilidade e a técnica faziam antever um futuro promissor. Contudo, a adaptação nesse ano não foi a melhor. E existem vários factores para isso. Neste caso concreto, penso que a imaturidade e o deslumbramento não permitiram que o Fábio Coentrão vingasse no primeiro ano de Benfica. Nunca passou de jogador da bola para profissional de futebol. Depois disso, penso que os passos atrás dados em 2008 com passagens frustradas pelo Nacional e o Zaragoza acabaram por ser afinal um grande passo em frente. Quando nesta época voltou ao Benfica, depois de um final de época de bom nível no Rio Ave, a postura era claramente outra. Os percalços fizeram ver ao rapaz que para ser atleta de topo não bastava ser um habilidoso jogador da bola. Ou seja, apercebeu-se a tempo de que só com muito trabalho e humildade ia conseguir passar de promessa constantemente adiada (quantos e quantos jogadores já não vimos ficarem por aí...) a jogador feito! E como a sorte muitas vezes compensa quem a procura, o Fábio Coentrão teve a felicidade de vir parar a um clube com um treinador que conhece o futebol como poucos e que sabe exactamente o que fazer para potencializar os jogadores. E o resultado está á vista. Deixámos de ver aquele jogador habilidoso franzino, que não defendia e pouco se entregava ao jogo, para passarmos a ver um jogador fisicamente mais forte e com espírito de guerreiro que à natural habilidade com a bola junta agora a agressividade e o sacrifício em prol da equipa! Penso que é mesmo o jogador que o Jorge Jesus melhor conseguiu transformar / moldar nestes primeiros meses de Benfica. Ganham por isso o Fábio Coentrão, o Jorge Jesus e o Benfica.
P.S.- Neste ultimo jogo com o Nacional vimos uma grande exibição do Coentrão a defesa-esquerdo! Até já se fala numa adaptação definitiva e de um novo lateral para a Selecção no Campeonato do Mundo! Contudo, e mesmo achando que temos ali uma alternativa viável, não penso que se fique a ganhar com a troca. Pode ser suficiente para jogos mais acessíveis, não mas me parece que o Fábio Coentrão tenha “cabedal” para fazer essa posição quando tiver pela frente extremos / avançados de estampa (como o Hulk, por exemplo). E sim, eu sei que o melhor defesa-esquerdo do Benfica dos últimos 15 anos foi o Léo! Mas, mesmo sendo esse o calcanhar de Aquiles deste Benfica (o Peixoto não me convence nem à martelada), não me parece vantajoso perder um grande extremo para se ganhar um defesa-esquerdo de recurso ou apenas “bom”.

1 comentário:

  1. "A adaptação não foi a melhor", seguindo a grande tradição benfiquista ele deveria ter ido jogar para a segunda divisão para depois o Porto o ir buscar e vender para Inglaterra!!!

    Desta vez não foi assim e ainda bem, parece que o Benfica está a abrir os olhos.

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