quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Fado com Samba

Liédson adquire a nacionalidade portuguesa esta semana, com o intuito de jogar pela Selecção Portuguesa. Ao que tudo indica, a estreia será já em Setembro nos jogos fora com a Dinamarca e a Hungria. Que ele é bom de bola ninguém duvida! Nem tão pouco que não temos um ponta-de-lança que chegue sequer perto...
Mas isto não é assim tão simples, e levanta outras questões. Estes “casos excepcionais” aconteceram com o Deco em 2003 e, mais recentemente, com o Pepe. No meu parecer o Pepe é sem duvida um dos mais completos centrais do mundo e em relação ao Deco é um dos melhores e mais influentes jogadores da Selecção e veio preencher um lugar (Rui Costa) para o qual ainda hoje não temos alternativas seguras.
O que me faz espécie, portanto, não é a qualidade do jogador (quem me dera que ele tivesse nascido em S. Domingos de Benfica), mas sim o excesso destes “casos excepcionais” e o timming do mesmo. Será que isto é já uma situação tão banal que naturalizamos para a Selecção brasileiros com 31 anos??? Estamos a falar de um jogador que, tudo correndo bem, vai fazer somente duas competições por Portugal (Mundial 2010 e Europeu 2012)!
À décadas que temos falta de defesas-esquerdos e avançados! Durante carradas de anos estivemos sistematicamente afastados de Europeus e Mundiais e o mundo não desabou! Depois de uma geração fantástica que fez brilharetes entre 1996 e 2006, é perfeitamente normal que seja necessária uma renovação, mesmo com as dores de crescimento que isso acarreta (todos os países passam por isso). Somos um país com 10 milhões de habitantes, jamais teremos a matéria-prima de um Brasil ou uma Argentina!
Como português, prefiro ter uma Selecção não tão boa mas de lusitanos, do que uma Selecção “remendada” com jogadores importados.
Se o levezinho vier, espero que resolva! Mas meus amigos, aposte-se mais na formação e não na naturalização!

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