É isto o futebol. Um carrossel, uma montanha-russa onde o besta passa a bestial e vice-versa enquanto o diabo (neste caso vermelho) esfrega um olho.
Foi o que aconteceu, em proporções ainda mais anormais do que o habitual, com o Roberto. Às 21h15 do passado sábado preparava-se para ver o jogo sentado no banco, certamente a pensar no fiasco que estava a ser a sua curta passagem pelo Benfica e nos inúmeros rumores sobre um empréstimo ou uma venda definitiva. Quando és um guarda-redes quase desconhecido que custou 8,5 milhões de euros e dás uma mão-cheia de frangos em outros tantos jogos, sujeitas-te...
Com tudo isto, e voltando às 21h15h de sábado, certamente que a última coisa que passava pela cabeça do Roberto era que, pelas 21h45, estaria já em campo com um penalty defendido e com o estádio inteiro a gritar o seu nome! É isto o futebol no seu estado mais cru e violento. E é por isso que este desporto arrasta multidões. Porque quando a bola começa a rolar, tudo pode acontecer! Quando o Júlio César fez penalty e foi expulso aos 23 minutos, um arrepio tomou conta dos adeptos. O resultado estava em 1-0 mas o Benfica ia jogar 70 minutos com 10 homens, possivelmente com o resultado empatado e, pior que tudo, com o Roberto na baliza! Conscientes da situação e sem outra alternativa, os adeptos fizeram a única coisa que podiam para ajudar o Benfica: ovacionaram o Roberto como se do Mantorras se tratasse! Consequentemente, o Roberto passa de vilão a herói com uma injecção de confiança que até agora não tinha tido desde que chegou ao Benfica e com a concorrência do Júlio César (o mártir do jogo) afastada durante 1 ou 2 jogos. Como é óbvio, este golpe de teatro ajudou-nos e de que maneira no sábado! Mas levanta-nos outra questão: este novo fôlego do Roberto e a sua permanência a titular são benéficos para o Benfica? Defender um penalty é um momento de sorte / inspiração. O Jorge Jesus tinha finalmente ganho coragem para afastar da baliza o maior responsável pelo mau inicio de época do Benfica. Depois de sábado, vai ser “obrigado” a dar-lhe novamente a titularidade. Será que a defesa dum penalty transforma o Roberto num guarda-redes diferente? Tenho sérias duvidas, mas não me importo se estiver enganado. Também não é de desprezar o efeito psicológico que uma situação destas pode provocar. Muitas vezes é nestas alturas que se dá um clic e um tiro de partida para a viragem dos acontecimentos e para a superação. Vêm aí jogos muito importantes sem grande margem para errar (Guimarães, Hapoel e Sporting). Vamos esperar para ver...
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