quarta-feira, 27 de abril de 2011
Real Madrid na final da Champions!
Pois é, parece cedo (e provavelmente é) tendo em conta que a 1ª mão da meia-final entre Real Madrid e Barcelona só se joga hoje. Vai ser o terceiro de quatro clássicos entre estes dois monstros que vamos ter o prazer de ver em 18 dias! Sendo actualmente as duas melhores equipas do mundo e com uma rivalidade sem igual, estes confrontos são uma dádiva para todos aqueles que gostam de futebol. De um lado a melhor equipa de sempre, o Barcelona. Do outro, um Real que à custa do factor Mourinho se propõe a acabar com a hegemonia recente do Barça em Espanha e na Europa.
Mas, assumindo eu o Barcelona como a melhor equipa da história do futebol mundial, por que digo que será o Real na final? Por quatro motivos que nada têm a ver com nacionalismos.
O primeiro motivo é o mesmo pelo qual disse que o Real ganharia a Taça do Rei: em provas longas como o campeonato a qualidade superior do Barcelona vem ao de cima quase que naturalmente mas, em jogos a eliminar, a experiência, qualidade, motivação, domínio táctico e superação das equipas do Mourinho falam mais alto. Ele sente-se como peixe na água nestes jogos e sabe que em jogos do tudo ou nada a possibilidade de se superiorizar a um adversário mais forte é maior do que em competições longas que envolvem terceiros.
O segundo motivo é o factor psicológico das duas equipas. Vejamos o histórico dos três confrontos desta época entre Real e Barça: 5-0 Barcelona, 1-1 e 1-0 Real Madrid em Valência. Existe um crescendo claro do Real. Enquanto que depois do 5-0 o Real ficou completamente vergado, os outros dois jogos realizados recentemente (um dos quais definiu o primeiro troféu da época) permitiram inverter completamente a tendência de superioridade do Barça. Pela primeira vez nestes duelos, a vantagem mental está do lado do Real. Pela primeira vez os jogadores do Real sabem que podem ser melhores e derrotar o Barcelona. Não têm dúvidas disso. Para além de 11 jogadores de top, Mourinho vai ter hoje 11 guerreiros com a motivação a 100%, como ele tanto gosta.
O terceiro motivo é talvez o mais importante: O realismo do Mourinho, Pepe e o meio-campo de betão. No primeiro jogo entre as duas equipas que acabou com 5-0 para o Barça, Mourinho cometeu um erro grave, sendo vítima da grandeza do seu clube: jogou de igual para igual. Quem faz isso e aposta em jogar olhos-nos-olhos com o Barcelona tem a derrota praticamente assegurada antes de começar o jogo. Não se pode jogar o jogo pelo jogo contra a melhor equipa de sempre. Para se ganhar, é preciso usar outros argumentos. E foi isso que foi feito nos dois jogos seguintes. Mourinho reconheceu a superioridade do adversário e montou um esquema com base numa ideia simples, eficaz e provavelmente a única maneira de parar este adversário: não deixar o Barcelona jogar! Aí Mourinho voltou a provar porque é o melhor do mundo. Colocou o Pepe a trinco (para mim o melhor jogador dos últimos dois clássicos), abdicou do médio criativo (Ozil) e montou um meio-campo de guerra com Pepe-Xabi Alonso- Kedhira / Diarra. Na frente, as três lanças para o contra-ataque. Conseguiu assim finalmente descobrir a maneira de parar o Barça. Só uma equipa que tape todas as linhas e que corra os 90 minutos pode parar o tiki-taka. Quando se consegue transformar uma equipa de estrelas numa equipa de operários para este efeito, há que reconhecer mérito.
O quarto motivo e aquele que veio complementar todos os outros foi-me dado ontem pelo Guardiola. Mais uma vez, vitória completa do Mourinho numa das suas especialidades: os mind games! Ontem vi pela primeira vez o treinador do Barcelona, uma cavalheiro a 100%, a vacilar. E de que maneira. Nervoso, impaciente, e pela primeira vez a responder directamente a Mourinho. Ou seja, a descer do seu pedestal. Esta imagem de nervosismo e insegurança nunca demonstrada e inesperada, vai ter efeitos, acima de tudo, no plantel do Barcelona. Era o que Mourinho queria. Era a única coisa que lhe faltava para se sentir em vantagem absoluta. E, mais uma vez, conseguiu-o.
Como sabemos, futebol é futebol e em 90 minutos quase tudo pode acontecer, principalmente a este nível. Mas, por estes motivos, arrisco: Real Madrid na final.
sexta-feira, 25 de março de 2011
O estranho (?) caso do Sporting
Costumo dizer, meio a sério meio a brincar, que há duas equipas que faço questão de ver jogar todos os fins-de-semana: O Benfica, claro, e o Sporting. Rival de eleição do Benfica durante gerações a fio, o Sporting perdeu nas últimas décadas o privilégio para o Porto de ser o maior rival do Benfica e de protagonizar com o Glorioso os jogos mais intensos do futebol português. A curva do seu declínio começou aí, numa primeira fase, com a ultrapassagem galopante por parte do Porto (até na conquista de campeonatos isso já é medível). Já depois de perder o posto de 2º maior clube português, o Sporting continuou a cavar a sua cova. E a culpa é, acima de tudo, do próprio clube. Custa-me a perceber como um clube que nos últimos 15 anos formou jogadores como Figo, Simão, Quaresma, Hugo Viana, Cristiano Ronaldo, Varela, Nani, João Moutinho ou Miguel Veloso (Figo e Ronaldo até com o prémio de Melhor Jogador do Mundo), não tenha conseguido daí tirar praticamente nenhum rendimento desportivo e juntar a isso um fraco retorno financeiro. Sabemos que o Sporting não tem a mesma capacidade de gerar receitas que o Benfica. Mas isso o Porto também nunca teve…
A juntar ao gritante sub-rendimento desportivo e financeiro proveniente da Academia ao longo dos anos recentes (provavelmente o único activo de topo do Sporting), parece que até aí o ribeiro “secou” de repente. Quais foram os últimos jogadores de classe vindos da formação do Sporting? Moutinho e Veloso! À uns 5 anos! Daí para cá nada, ou amostras muito pobres. Como se isto não fosse mau o suficiente, o Sporting conseguiu superar-se noutro capítulo: a política (ou falta dela) de contratações! Purovic? Torsiglieri? Grimi? Pongolle? Caicedo? Hugo? Pinilla? Celsinho? Angulo? Podia ficar nisto o dia todo… O Sporting compra mal, desequilibradamente e acima das suas possibilidades (Pongolle = 6,5 milhões €!!!).
Depois de ser ultrapassado pelo Porto, desaproveitar a Academia e falhar nas contratações durante anos consecutivos, o Sporting entrou numa espiral negativa, com efeito bola de neve, que se traduziu em resultados irrisórios, cemitério de treinadores, equipa banal sem fulgor nem classe e afastamento gradual dos adeptos com o clube. Actualmente o Sporting não tem liderança, não tem símbolos, não tem ambições, não tem equipa e não tem jogadores. Até sócios, segundo o número divulgado ontem no debate entre os 5 candidatos à presidência, são 30.000 (!!!) os aptos para votar. O sinal máximo desta constante degradação do Sporting é o facto de nós benfiquistas, que durante anos alimentámos uma rivalidade entre os clubes, olharmos agora para o Sporting com um sentimento quase de pena. Passou de rival para “coitadinho”. E isto é mau. É mau em primeiro lugar para o Sporting, é mau para o Benfica e é mau para o futebol português na sua generalidade que por si só já é pouco competitivo. E o problema do Sporting é muito grave. Penso que ninguém sai a ganhar com o Sporting, daqui a uma década, a arrastar-se pelo meio da tabela ou a lutar pelos lugares europeus. Sinceramente, acho que a hipótese de isso acontecer é bem real. Para isso, basta seguir o mesmo caminho da última década…
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Benfica x 4
Pela primeira vez desde que me lembro, o Benfica entra em Fevereiro ainda a jogar em 4 frentes! Sabemos que o começo do campeonato foi muito mau e azarado e, por causa disso, o Benfica tem um atraso significativo para o Porto. Embora pense que o Glorioso não perca muitos mais pontos até ao fim do campeonato, o problema está em achar que o Porto também não os vai perder. Mesmo jogando mal (como tem acontecido), os tripeiros têm sempre a ajuda da sorte e dos árbitros. Infelizmente, este ano, parece que não vai ser a melhor equipa a ganhar o campeonato… Contudo, o Benfica tem ainda mais 3 frentes com aspirações legítimas: Taça da Liga, Taça de Portugal e Liga Europa. Na Taça da Liga jogamos com o Sporting na Luz para as meias-finais sabendo que chegando à final encontramos Nacional ou Paços de Ferreira. Na Taça de Portugal, após jogo sem-espinhas no Dragão (0-2), estamos com um pé e meio no Jamor para medir forças com o Vitória de Guimarães ou Académica. Já na Liga Europa, o Estugarda, apesar de ser uma equipa alemã, parece-me acessível. A partir daí, e a jogar ao nível recente, o Benfica tem todas as condições para chegar longe! Embora saibamos que não há nada como o campeonato, uma época com pelo menos duas conquistas (Taça de Portugal e Taça da Liga, por exemplo), não será de todo uma época completamente perdida. É preciso ter em conta o passado recente do Benfica (10 ou 15 anos) e sabermos ver que uma equipa regularmente vencedora se constrói em pelo menos 2 ou 3 anos. Se ganharmos campeonato e Taça da Liga em ano sim e Taça de Portugal e Taça da Liga em ano não, eu consigo viver com isso! Para além disto estou confiante de que, com o campeonato quase hipotecado, o Jorge Jesus vai apostar forte na Liga Europa! E o Benfica tem condições para ir longe…
Vejo este Benfica, no seguimento da última época, a jogar bom futebol, com uma equipa forte, e a fazer óptimos negócios no mercado! Ou seja, estamos no bom caminho. Actualmente, temos hipóteses reais de vencer com regularidade e sabemos que dentro de portas não há melhor. Para quem tem acompanhado o Benfica nestes últimos anos, isto sim é A vitória.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Luisão, o Patrão
Lembro-me muito bem do jogo Benfica vs Belenenses, a 14 de Setembro de 2003 no estádio do Jamor. O novo Estádio da Luz estava em construção e o Benfica, durante alguns meses, fez os jogos em casa no Estádio Nacional. Lembro-me que o resultado foi 3-3 mas o que me fez guardar esse jogo na memória foi a estreia daquele brasileiro enorme e desengonçado: Luisão. Marcou, inclusivamente, um golo nesse jogo! Na altura a herança era pesada. O Luisão vinha rotulado de craque e tinha sido sondado pelo Real Madrid. Pior ainda, os adeptos esperavam um central de nível internacional, com classe refinada, no seguimento dos grandes centrais internacionais brasileiros da história recente do Benfica (Ricardo Gomes, Aldair e Mozer). Aqueles primeiros tempos, quiçá pelo peso dessa pressão e constantes comparações, não foram fáceis. Chegou ao Benfica um central forte fisicamente mas fraco de rins, lento e tecnicamente pouco evoluído. Contudo, com o passar dos jogos e dos anos e com a maturidade (tão importante nos defesas-centrais), esse gigante desengonçado tornou-se, na minha opinião, no melhor central que vi jogar no Benfica. Continua sem ser, e nunca será, um central vistoso e espectacular. Mas também não é isso que se pretende. Naquilo que é realmente importante, dentro e fora do campo, Luisão é o melhor. Dentro do campo, Luisão é um abono para qualquer treinador! Dos vários treinadores que passaram pelo Benfica (e já agora, também pelos 5 que passaram pela seleção brasileira desde a sua estreia), todos eles formaram a sua dupla de centrais com a fórmula Luisão + 1! E não é por acaso… Actualmente, a simplicidade de processos, o posicionamento, a entrega, a maturidade, e a capacidade de liderança do Luisão agregam-se numa só palavra: classe! É impressionante vê-lo jogar, principalmente ao vivo quando podemos ver toda a sua movimentação: não perde um lance pelo ar, está sempre no sítio certo, faz tackles no segundo exacto, atrasa para o guarda-redes ou dá um chutão quando tem de ser, comanda toda a linha defensiva e ainda aparece na área adversária sempre com perigo. É uma bênção e um garante de estabilidade para qualquer central que jogue a seu lado. Teve um papel decisivo para transformar o David Luiz no jogador que é hoje, e vai fazer o mesmo com o Sidnei. O Luisão é brilhante, não pelos parâmetros artísticos de um Aimar ou de um Cristiano Ronaldo, mas sim pelos critérios que guiam um defesa-central de eleição. A sua arte é jogar de modo simples e eficaz, com um perfeito conhecimento das suas funções e capacidades. Para quem se der ao trabalho de analisar, rapidamente pode constatar que o Luisão ganha 90 ou 95% dos lances em que participa. Para além do que joga, aquilo que representa dentro e fora do campo também não ficam atrás. É a voz de comando da equipa dentro do campo, o patrão do grupo de trabalho (juntamente com Nuno Gomes) e é para ele que todos olham quando é preciso reunir as tropas. Tudo isto transformou o Luisão num dos maiores símbolos vivos do Benfica, um dos jogadores mais acarinhados e idolatrados por colegas, treinadores, direcção e, acima de tudo, adeptos! Numa altura em que os jogadores vão e vêm e o Benfica não tem alternativa senão vender as suas jóias (e muto bem vendidas!), Luisão é um jogador à Benfica. Penso que este o maior elogio que se lhe pode fazer. E os números falam por si: 7 anos e meio de Benfica e o estrangeiro com mais jogos disputado pelo Glorioso! Espero sinceramente que possa acabar a carreira no Benfica porque tem ainda mais 3 ou 4 anos de grande nível pela frente. Este gigante da camisola 4, onde se vê escrito “Luisão” mas onde se pode ler “Patrão”.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
O quente Janeiro ingles
Após o fecho do período de transferências de Janeiro, podemos constatar que foi um mês bem mais agitado do que o habitual. Com destaque, obviamente, para a Premiership! Todos juntos, Liverpool, Chelsea e Manchester City desenbolsaram praticamente 200 milhões de euros! Mas vamos por partes. Em primeiro lugar, vejo com bons olhos este animar do mercado inglês. Como já tinha dito, Inglaterra tem vido a perder nos últimos anos protagonismo e protagonistas para outros campeonatos. Por isso, este investimento do potencialmente mais espectacular campeonato do mundo parece-me uma boa nova. Contudo, dentro desta “loucura” de Inverno há casos e casos. Pelo lado negativo, mais uma vez, o Manchester City. Emprestou um grande avançado de créditos firmados e adaptado ao futebol inglês ao Real Madrid e foi comprar Dzeko (a qualidade não está em causa) por 37 milhões de euros! Não me parece melhor jogador que o Adebayor e muito menos que valha tal exurbitância. Resumindo: O Man City volta a estar igual a si mesmo. Pelo lado positivo, temos Chelsea e Liverpool! O Chelsea, como habitualmente sem problemas em gastar à grande, foi contratar 2 jogadores de topo prontos a entrarem de caras na equipa: Torres e David Luiz. Já havia referido que o Chelsea, embora com uma equipa base fortíssima e rotinada, iria sofrer este ano com a falta de fulgor físico, de sangue novo e de opções no banco para uma época tão longa e desgastante como a inglesa. Com estas contratações, acertaram na mouche! Foram buscar um Fernando Torres que estava a arrastar-se em Liverpool sem qualquer alegria de jogar e David Luiz, um dos melhores (a curto prazo o melhor, provavelmente) defesas-centrais do futebol mundial. Sem dúvida que o Chelsea fica muito mais forte. Embora esta época pareça perdida em termos de campeonato, aposto já neles como principal candidato para 2011/12! Resta só uma questão: Com o esquema habitual do Chlesea (4-3-3) como vai o Ancelloti colocar o Drogba e o Torres no mesmo onze? Vamos aguardar pelos próximos jogos… Finalmente, o Liverpool! Há muito que gostava de voltar a ver este gigante inglês no seu devido lugar. Espero que este reajustamento contribua para, acima de tudo, fazê-los começara próxima época mais fortes. Na minha opinião não ficaram a perder com a troca. Embora nenhuma das contratações tenha o talento do Fernando Torres, a aposta em 2 avançados também eles de grande qualidade (Suarez e Carrol) vem dar ao Liverpool mais alternativas válidas para o ataque e permitir diferentes modelos de jogo. Perdem um super-jogador que no Liverpool parecia já um banal avançado e ganham 2 atacantes de primeira linha, sedentos de vitórias e de mostrar valor e que permitem ao treinador outro tipo de opções. O Liverpool “pagou” 8 milhões de euros pela troca mas penso que, à semelhança do Chelsea, fica mais forte!
Uma última palavra para Itália e para o Milan! O campeão ao sprint do mercado de Verão fez-me a vontade e reforçou-se bem, voltando a discutir o título italiano. Para mim, continuam a ser os favoritos. Aproveitaram também o mercado de Inverno para fazerem ajustes: sai Ronaldinho, entram Cassano, Van Bommel e Emanuelson. Perdem sem duvida em talento, mas ganham em competitividade (Cassano), maturidade (Van Bommel) e profundidade (Emanuelson).
Uma última palavra para Itália e para o Milan! O campeão ao sprint do mercado de Verão fez-me a vontade e reforçou-se bem, voltando a discutir o título italiano. Para mim, continuam a ser os favoritos. Aproveitaram também o mercado de Inverno para fazerem ajustes: sai Ronaldinho, entram Cassano, Van Bommel e Emanuelson. Perdem sem duvida em talento, mas ganham em competitividade (Cassano), maturidade (Van Bommel) e profundidade (Emanuelson).
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